terça-feira, 31 de maio de 2011

Médicos se mobilizam no Dia Mundial sem Tabaco


Entidades médicas promovem debate no Senado com base científica.

No Rio de Janeiro e em São Paulo, médicos alertam a sociedade.

No Dia Mundial sem Tabaco, que é nesta terça-feira (31), será realizado no Senado Federal um encontro de médicos para debater os projetos de lei que tramitam na casa sobre a proibição do fumo em ambientes fechados.

Dois desses projetos são o PL 315/08 e o PL 316/08, que divergem sobre que forma tomaria a proibição do fumo, originado ou não do tabaco, em todo “recinto coletivo fechado, privado ou público”. Enquanto o PL 315/08 defende a extinção dos fumódromos, o PL 316/08 permitiria a existência dessas áreas.
O Fórum das Entidades Médicas sobre Tabagismo pretende apresentar evidências científicas sobre os efeitos para a saúde causados pela exposição à fumaça ambiental de tabaco. O evento é fruto de uma parceria entre Associação Médica Brasileira, o Conselho Federal de Medicina, a Federação Nacional dos Médicos e as Sociedades Brasileiras de Pneumologia e Tisiologia, de Cardiologia e de Oncologia, entre outras. Alexandre Padilha, ministro da saúde, é aguardado para o debate.
Outras ações
Em São Paulo, a Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia está organizando o “mutirão da bituca”. Médicos vestidos de jalecos vão limpar restos de cigarros na região da Avenida Paulista. Além disso, vão distribuir materiais informativos, tirar dúvidas, avaliar a capacidade respiratória dos fumantes e ajudá-los a calcular o gasto financeiro que o cigarro traz.

No Rio de Janeiro, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) também promoverá panfletagem e esclarecimentos nas ruas a respeito dos riscos do tabaco. À noite, o Cristo Redentor será iluminado de vermelho, cor adotada pela luta anti-tabagista.Entidades médicas promovem debate no Senado com base científica.

No Rio de Janeiro e em São Paulo, médicos alertam a sociedade.

Do G1, em São Paulo
No Dia Mundial sem Tabaco, que é nesta terça-feira (31), será realizado no Senado Federal um encontro de médicos para debater os projetos de lei que tramitam na casa sobre a proibição do fumo em ambientes fechados.
Dois desses projetos são o PL 315/08 e o PL 316/08, que divergem sobre que forma tomaria a proibição do fumo, originado ou não do tabaco, em todo “recinto coletivo fechado, privado ou público”. Enquanto o PL 315/08 defende a extinção dos fumódromos, o PL 316/08 permitiria a existência dessas áreas.
O Fórum das Entidades Médicas sobre Tabagismo pretende apresentar evidências científicas sobre os efeitos para a saúde causados pela exposição à fumaça ambiental de tabaco. O evento é fruto de uma parceria entre Associação Médica Brasileira, o Conselho Federal de Medicina, a Federação Nacional dos Médicos e as Sociedades Brasileiras de Pneumologia e Tisiologia, de Cardiologia e de Oncologia, entre outras. Alexandre Padilha, ministro da saúde, é aguardado para o debate.
Outras ações
Em São Paulo, a Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia está organizando o “mutirão da bituca”. Médicos vestidos de jalecos vão limpar restos de cigarros na região da Avenida Paulista. Além disso, vão distribuir materiais informativos, tirar dúvidas, avaliar a capacidade respiratória dos fumantes e ajudá-los a calcular o gasto financeiro que o cigarro traz.

No Rio de Janeiro, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) também promoverá panfletagem e esclarecimentos nas ruas a respeito dos riscos do tabaco. À noite, o Cristo Redentor será iluminado de vermelho, cor adotada pela luta antitabagista.

PROFESSORES NÃO TIVERAM SALÁRIO DEPOSITADO!

O tumulto agora  é no Banco do Brasil na praça 1817, professores não tiveram 
salário depositado.
Por que o Governador não os convoca  para uma reunião?
Ontem foi no Palácio do Governador, hoje o Banco e amanhã o que será?
Dia 30, além dos 23 médicos cirurgiões prestadores de serviço que pediram demissão, agora mais 15 cirurgiões efetivos também entregaram seus cargos.

Professores da rede estadual da Paraíba invadem sede do governo



Cerca de 500 professores da rede estadual da Paraíba invadiram na manhã desta segunda-feira o Palácio da Redenção, sede do governo do Estado, em João Pessoa.Professores fazem paralisação em 12 Estados A ação foi uma represália aos cortes nos salários nos contracheques do mês de abril de diversos profissionais. Os professores estaduais iniciaram uma greve há 28 dias, e o governo reagiu determinando o descontou dos dias parados. Leia mais (30/05/2011 - 16h57)

http://www.tosabendo.com/

domingo, 29 de maio de 2011

Carta dos blogueiros da Paraíba


Numa realidade caracterizada pela excessiva e flagrante concentração dos meios de comunicação em mãos de poucas empresas, de caráter quase familiar, ligadas por uma extensa rede de dependência econômica e financeira com grupos e governos de uma potência estrangeira, os movimentos sociais brasileiros alertam para o caráter anti-democrático e anti-nacional do enorme poder exercido por estas empresas.

O exercício pleno da liberdade de expressão e comunicação, até agora exercido apenas por uma estrutura oligárquica de propriedade dos meios, ganha impulso novo com a estrutura descentralizada e participativa
proporcionada pelas redes digitais.

O fato de um/a cidadã/o comum ser agente de comunicação, publicando sua visão de mundo quase sem intermediários, de maneira relativamente fácil e rica em recursos, inaugura um paradigma oposto ao que permanece vigente e hegemônico no momento.

De forma imprescindível, a comunicação independente alcançou círculos sociais maiores, de forma a oferecer o contraditório ausente na mídia corporativa e tradicional, comprometida com uma mesma e ultrapassada
visão unilateral e imperial do mundo e baseada na propriedade exclusiva de pesadas estruturas de impressão, difusão e produção das informações.

A formação gradual de uma rede anti-hegemônica, em favor da comunicação social efetiva e não exclusivamente de interesses empresariais, foi conseqüência natural não só da evolução técnica, mas também política da
sociedade.

É como resultado dessa evolução que se dá o I Encontro dos Blogueir@s e Redes Sociais da Paraíba. O blogueir@ deve ter noção do seu papel inovador e revolucionário diante da estrutura oligárquica de concentração dos meios de comunicação, que priva a/o cidadã/o comum da informação objetiva e necessária para a sua vida e visão de mundo.

O blogueir@ consciente é contra a ditadura midiática, a favor da justiça social, da democratização da comunicação e da liberdade de expressão. Neste sentido, o nosso movimento tem um caráter efetivamente plural, amplo, contemplando toda a diversidade dos meios, ferramentas e veículos que operam na rede mundial de computadores.

A blogosfera se articula não apenas pela Internet, mas também em eventos e atos públicos, via campanhas unitárias, plataformas unificadoras, coordenando as suas ações por um novo marco regulatório dos meios de comunicação e por um Brasil mais democrático e justo.

É buscando superar as limitações empresariais e ideológicas em que estão circunscritos os meios estabelecidos que o blogueir@ progressista contribui para a evolução social, oferecendo à sociedade a informação
necessária para melhor tomar suas decisões.

Os blogueir@s da Paraíba somam-se a esse movimento nacional a favor do efetivo direito de informação e comunicação de todos os brasileiros e brasileiras, como condição essencial de cidadania.

Para garantir esse direito reivindicamos o acesso popular aos meios, em todas as suas modalidades, de forma especial, o acesso universal à rede mundial de computadores (Internet), pela implementação do Plano Nacional de Banda Larga público.

Por fim, o/as participantes do 1º Encontro de Blogleir@s e Redes Sociais da Paraíba, reafirmam a premente necessidade de implementação, pelos Poderes Executivo e Legislativo deste Estado, do Conselho Estadual de Comunicação Social, conforme o previsto no artigo V da Constituição da Paraíba, e em observação às deliberações da 1º Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), e sua etapa estadual, como ferramenta indispensável ao progresso da democratização da comunicação também no
estado da Paraíba.

João Pessoa, em 20 de maio de 2011.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Pimenta Neves realiza exame e é transferido para o 2º DP



Pimenta Neves é envolvido por jornalistas na saída do DHPP. Foto: Fernando Borges/Terra
Pimenta Neves teve seu último recurso de liberdade negado
pelo STF e, portanto, deverá cumprir 15 anos de prisãoFoto: Fernando Borges/Terra

HERMANO FREITAS
Direto de São Paulo
O jornalista Pimenta Neves, condenado pela morte da ex-namorada Sandra Gomide, foi transferido, por volta das 23h30 desta terça-feira da sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo para o 2º Distrito Policial da capital. Ele passará a noite lá, segundo o delegado Waldomiro Milanesi, e aguardará transferência para um presídio que será determinado pela Secretaria de Administração Penitenciária do Estado.
Ainda de acordo com Milanesi, Pimenta Neves foi submetido ao exame de corpo delito pouco antes da saída, no próprio DHPP por decisão do Instituto Médico Legal (IML). "Tínhamos um médico de plantão para este procedimento e o IML optou por fazê-lo aqui", disse o delegado na porta da unidade.
O policial afirmou ainda que Pimenta Neves se manteve tranquilo desde o momento que se entregou.
O caso Pimenta Neves
A jornalista Sandra Gomide, 33 anos, foi morta com dois tiros em um haras em Ibiúna, no interior de São Paulo, em agosto de 2000. O ex-namorado de Sandra, então diretor de redação do jornal O Estado de S. Paulo, Antônio Pimenta Neves, confessou o crime, alegando que a colega o traía. Os dois se conheceram em 1997 e tiveram um relacionamento por cerca de três anos.
Pimenta Neves chegou a ficar preso por sete meses enquanto respondia ao processo, mas conseguiu no Superior Tribunal de Justiça (STJ) um habeas-corpus para aguardar o julgamento em liberdade. Em 2006, ele foi condenado a 19 anos e dois meses de reclusão em regime fechado. No entanto, alegando entendimento anterior do Supremo Tribunal Federal (STF) - de que os condenados podem recorrer em liberdade até que todos os recursos sejam julgados -, o juiz de Ibiúna concedeu ao jornalista o direito de recorrer em liberdade.
Ao julgar recurso a favor de Pimenta Neves, o Tribunal de Justiça de São Paulo considerou a confissão espontânea do crime e reduziu a pena para 18 anos. Alegando a mesma atenuante, a defesa conseguiu no STJ a redução para 15 anos. Os advogados do jornalista continuaram recorrendo até que, em 24 de maio de 2011, o STF negou o último recurso e determinou que a pena fosse imediatamente cumprida. Em seguida, policiais cercaram a casa de Pimenta Neves, na capital paulista, e ele se entregou.
Fonte:http://www.terra.com.br/portal/

terça-feira, 24 de maio de 2011

REAPROVEITAMENTO DE MATERIAL RECICLÁVEL


Natureza e Saúde: Reaproveitar o lixo
Clique aqui para visualizar o Vídeo

Nunca se falou tanto em reaproveitamento de lixo. E não é para menos, é do conhecimento de todos que o acúmulo de resíduos que são descartados pode causar sérios danos ao meio ambiente. Mas a população ainda resiste.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Ministério das Cidades, a Paraíba é o segundo estado que mais produz lixo por habitante; cada paraibano é responsável pela produção de aproximadamente um quilo e meio por dia.
Na contramão dessa realidade nós podemos encontrar pessoas que utilizam aproveitamento de materiais como papelão, jornal e isopor para produzir outras coisas como móveis e outros produtos, por isso o viver bem veio conhecer o trabalho de Chico Viola, ele que produz esses materiais, inclusive essa cadeira que eu estou sentada agora.
Chico como foi que esse trabalho começou?
“Em 1992 eu montei minha primeira exposição individual, até então não tinha uma proposta de ser um trabalho de reaproveitamento e sim um trabalho de... na época eu fazia educação artística e se questionava a falta de material nas escolas; e foi uma tentativa de colocar uma alternativa diferente nas escolas. A princípio era só o papel e hoje a gente já parte para o reaproveitamento de peças que sofreram algum dano, por exemplo, essa cadeira que você está sentada ela perdeu uma das hastes do encosto, e a gente fez um ‘transplante’, quer dizer o que estava quebrado a gente consertou e fez um recapeamento”.
Fazendo uso apenas de papel e cola, há mais de dezoito anos o artista dedica grande parte do seu tempo reaproveitando objetos que algumas pessoas julgam como inúteis e que poderiam estar poluindo o planeta.
“Embalagem plástica, restos de móveis já que muitos móveis às vezes só porque quebrou uma parte da estrutura e as pessoas descartam; eu faço justamente com o papel e a cola pra revitalizar a peça. Essa peça foi criada para acompanhar o projeto de xadrez nas escolas, todo feito a partir de canudinhos de jornal; cada peça possui de três a seis canudinhos. Eu vou aqui tentar ensinar uma peça a vocês: divide o canudinho na metade, depois a metade da metade você vai girar até fazer a cabeça do peão, e girando você faz a cabeça da peça; depois é só fazer mais dois módulos como esse e está pronto o peão”.      
Fonte: Programa Viver Bem/ Unimed
Reportagem: Linda Carvalho                                                    

OFICINA DE PAPETAGEM ( A LINGUAGEM DO PAPEL)



Sofá feito de isopor e papel
A Oficina de Papetagem  tem como objectivo conscientizar a sociedade da necessidade da preservação do meio ambiente, utilizando materiais reciclavéis que seriam descartados na natureza, para a confecção de  móveis, objectos de decoração e utilidades.
Ministrada pelo artista plástico Chico Viola que vem desenvolvendo esse excelente trabalho há 22 anos.
Interessados em contratar, entrar em contacto:
e-mail: iedacunhapessoa@gmail.com
cel: ( 83 ) 8815-7870 / ( 83 ) 3212-7236



Reciclagem Traz Beneficios e Novidades para a População




A reciclagem de materiais como o óleo e o isopor vêm se tornando um hábito para a população brasileira, pois a maior parte do lixo é reaproveitável. "Cerca de 90% do lixo descartado dá para ser utilizado", afirma a professora de biologia Fátima dos Santos.

A reciclagem do óleo usado se tornou um exemplo de como o reaproveitamento de matéria-prima pode ser benéfico. "Algumas pessoas entregam o material a locais de reciclagem e recebem de volta o sabão produzido por ele", conta. Quando é jogado diretamente no ralo da pia ou no vaso sanitário, o óleo danifica os encanamentos e traz conseqüências desagradáveis como entupimento de canos e refluxo de esgoto. "Cada litro de óleo de cozinha pode contaminar 20 mil litros de água", diz a professora. E o estrago não pára por aí. Quando o esgoto não é tratado, o produto é despejado em rios e mares e prejudica a sobrevivência dos peixes.

O isopor da bandejinha de carne vendida em supermercados e o protetor de eletrodomésticos podem não parecer, mas são bastante nocivos ao ambiente. "O isopor é um tipo de plástico que leva aproximadamente 150 anos para se decompor", explica ela. Composto por 98% de ar e 2% de plástico, apenas 10% do material coletado é utilizado depois de derretido. "É preciso uma grande quantidade de isopor para que a reciclagem se torne economicamente viável", diz Fátima. Se o produto for reciclado ele se torna bastante útil, pois se misturado ao cimento, ele oferece vantagens em relação à cerâmica e ao concreto comum.

Poucas pessoas sabem, mas as chapas de raio-x também são reaproveitáveis. A aluna do segundo ano de biologia, Karen Marcelino, disse que não conhecia esse tipo de reciclagem. "Antes de entrar no curso de biologia não tinha nem idéia do reaproveitamento das chapas de raio-x", conta ela.

A estudante explica que as chapas são revendidas e muitas vezes recicladas por empresas responsáveis por lixo hospitalar. "Os raio-x que vão para casa geralmente vão parar em lixões, pois poucas pessoas sabem é que delas é possível extrair cristais de prata", diz Karen. Esse material, reaproveitado, pode se transformar em cristais que por sua vez se transformam em talheres e jóias.





RETIRADO DO
UNISANTA
ONLINE
Camila Gaspar

@ O porquê das nossas escolhas

Lau Siqueira

Desde que assumimos a gestão cultural da cidade de João Pessoa temos escutado vozes (cada vez mais diluídas no silêncio) reclamando atrações musicais tipo: Calcinha Preta, Aviões do Forró, Ivete Sangalo e coisas do gênero. Algumas dessas vozes, aliás, injustificadamente nas sombras. Com vergonha de mostrar a cara para um debate público. Ou seja: gente posando de cult, mas com o rabinho conceitual preso ao créu. Somente o fato de termos esse debate estabelecido a partir de uma ação de política pública já vale o queijo do reino e o vinho das festas de final de ano.

Chegamos a escutar pérolas tipo: “Vocês deviam trazer Calcinha Preta, porque dá voto!” Entrementes, se tivéssemos implantado uma política meramente eleitoreira estaríamos esquecendo o compromisso que assumimos com a cidade em janeiro de 2005. Afinal, o que realizamos fez parte de um programa de campanha que, no segundo semestre de 2004, foi amplamente discutido com artistas e produtores culturais da cidade. Fazer diferente seria uma traição lamentável. Seria uma política de pão e circo, sem pão e sem circo. Até porque pão tem a simbologia cristã do alimento repartido e circo é uma cultura milenar que merece o nosso mais profundo respeito. Portanto, não é apenas uma “questão de gosto” que está em pauta. O debate de fundo e que deve vir à tona é econômico e político. Toronto, no Canadá, considerada a capital mundial da cultura, movimenta um PIB de nove bilhões de dólares americanos, para uma população 2,5 milhões de habitantes. Lá a cultura e a criatividade determinam o eixo nos planos de desenvolvimento da cidade. Por que a produção cultural de João Pessoa deveria aceitar um papel de coadjuvante na área do entretenimento e das surradas políticas de turismo?

A propósito, por falar em Toronto (e seu exemplo) aqui e ali escuto vozes saudosas da Micaroa. Um evento que bate de frente com a lógica canadense. Além do seu caráter diluidor dos valores culturais este evento se configurava num crime contra a economia da cidade. As bandas eram de fora - portanto a grana dos cachês era investida fora daqui. Os abadás vinham da Bahia. Não empregavam uma única costureira de Mandacaru ou Porto do Capim. E, pasmem: até mesmo as cervejas e outras bebidas vendidas nos blocos, vinham da Bahia. Esse conjunto de afasias provocava uma evasão enorme de recursos, logicamente que com o desfrute pessoal de meia dúzia de dois ou três paraibanos. Falo em afasia tal como conceitua Antônio Houais: “abstenção consciente de qualquer juízo originada pelo reconhecimento da ignorância a respeito de tudo que transcenda as possibilidades cognitivas do ser humano”. Além da gravidade de termos um evento eminentemente privado e socialmente excludente, ocupando as vias públicas e os serviços públicos pagos com recursos do município. Portanto, ao invés de divisas, gerando uma perversa evasão.

Certa vez ouvi um dono de posto de gasolina reclamar que, depois da Micaroa, a economia da cidade sofria um enorme refluxo. (Na verdade, um Ciçunami.) Portanto, precisamos dizer com todas as letras que por detrás de uma discussão sobre “bom gosto musical” existe uma gama de interesses nada inocentes. Existe o interesse político e econômico, de forma determinante. Afinal, as políticas públicas de cultura irão se tornar incômodas exatamente por instalarem-se naturalmente no centro da questão propondo uma mudança de comportamento da sociedade. Inclusive no que diz respeito à inclusão da arte como fator determinante na afirmação política desta sociedade, tendo as ações de cultura como fator de propulsão econômica. Uma mudança que passa, logicamente, pela troca dos hábitos no consumo cultural, colocando em risco a lucratividade exorbitante de meia dúzia de empresários imensamente capitalizados, mas sem escrúpulos.

Claro que esse debate não interessa aos poderosos de plantão. A maioria mandando sem mandato. Não é segredo que a mídia está na mão de grupos políticos e econômicos que continuam renovando seus projetos de dominação com a conivência surda das suas bases legislativas. Uma dominação formulada pelo entorpecimento mental das ditas “massas populares”. Ironicamente, todavia, quem mais consome o lixo cultural oferecido às “massas” é exatamente a classe média mais abonada. Basta verificar a marca e o ano de fabricação dos carros com porta-malas sonoros para ver que não se trata de uma cultura “do povo” e muito menos para o povo. Pelo menos não para o povo pobre que vive nas periferias, com seus comportamentos padronizados pelo único canal de acesso a cultura que possuem: as TVs comerciais. Aos poderes públicos cabe exatamente dar a esse povo o direito de escolha, despertando nele o espírito crítico e lúdico somente encontrado no contato com as melhores produções artísticas.

Este é um ponto que não pode deixar de ser considerado, porque a cultura gera 5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. No entanto, a indústria cultural produz uma terrível concentração de renda, gerando as mais profundas desigualdades no setor com amplos reflexos na sociedade. Desigualdades que passam, logicamente, pelo comportamento das mídias. Por exemplo: dizem que brasileiro não lê, mas somente o mercado livreiro nacional faturou 200 bilhões de reais no ano passado, segundo dados da Câmara Brasileira do Livro. Será que os barões do livro estão preocupados com as políticas de leitura? Da mesma forma que o mercado do livro, o mercado fonográfico está na mão de dois ou três tubarões. Portanto, reafirmo que o debate gerado em torno do assunto não se resume apenas ao debate estético. O que precisa ficar evidente é a atitude política em defesa de uma economia historicamente abalada pelas degenerações de um sistema econômico cada vez mais concentrador e castrador das regiões periféricas.

Na lógica absurda do mercado da música, uma banda de axé da cidade (do Castelo Branco) quis justificar a necessidade da sua contratação por um cachê dez vezes acima do cachê médio que pagamos aos artistas locais sob o argumento que “o axé era outro mercado”. O que eu expliquei, pacientemente, é que não trabalhamos na lógica do mercado, mas na lógica das políticas públicas. E qual é esta lógica? É a lógica do respeito à diversidade, da identidade cultural, da preservação do direito à criação e o respeito à diversidade humana. A Por exemplo: a Prefeitura tem uma política pública em defesa dos direitos das mulheres. Então, seria uma contradição a FUNJOPE contratar bandas que vilipendiam a imagem da mulher. Outro exemplo: temos uma política de defesa da diversidade humana que nos arrasta para o confronto com os menores sinais de homofobia. Isso é o básico! Na prática, o que temos vivido é um aprendizado coletivo no imenso desafio de compatibilizar tradição e contemporaneidade nas políticas de cultura da cidade. No entanto, nesse jogo nos cabe deixar claro a separação do joio e o destino do trigo.

O que ocorre é que a indústria do entretenimento ditada pelas mídias faz exatamente o contrário. São pregações oligopolistas guiadas unicamente pela lógica do lucro concentrado, com um forte marketing para arrastar seguidores de baixo teor reflexivo, mas com capacidade de formar opinião em qualquer escala de mídia, incluindo as redes sociais da internet. Podemos afirmar ainda que consideramos inescrupulosos os produtores desses gêneros musicais infiltrados na esfera pública e que fazem “a ponte” para esse mercado de horrores. O que expliquei ainda aos representantes do axé-paraíba é que ao pagar um cachê dez vezes maior que a média local seria, sobretudo, um estupro administrativo sem justificativa no Tribunal de Contas do Estado que nos solicita clareza na justificativa de preço dos cachês. Portanto, são tantas coisinhas miúdas envolvidas em nossas escolhas. São tantas responsabilidades que o que precisamos fazer é exatamente preservar os nossos princípios. Precisamos estabelecer a ruptura dos monopólios midiáticos que estabelecem praticamente a totalidade do consumo na produção cultural. A gestão dos recursos públicos de cultura precisa ter claro que além do verão de Tambaú, existe o inverno de Engenho Velho pra ser administrado. A cidade é uma só.

Mas, em se tratando de cultura tudo é incipiente. Não temos uma grande tradição em política cultural no Brasil. O primeiro gestor de cultura do país foi o poeta Mário de Andrade que assumiu o recém criado Departamento de Cultura da Prefeitura de São Paulo, em 1937. Ele ficou apenas um ano no cargo e foi demitido, mas as políticas identitárias que defendeu ainda estão em pauta. A secretaria de cultura mais antiga do país tem apenas 40 anos (do Ceará). A própria FUNJOPE tem uns 15 aninhos, somente. Embora algumas pessoas da cidade pensem que foi criação do governo Ricardo Coutinho. (A cidade não sabia que existia, por exemplo, um Fundo Municipal de Cultura.) Hoje temos projetos aprovados no Valentina, na Torre, em Gramame e outros setores da cidade carentes de arte e cultura e que agora passam a assumir um papel no diálogo sem fronteiras que deve nortear as políticas culturais, como protagonistas e não como figurantes ocasionais.

Mais do que fazer circular os bens culturais produzidos na cidade, é importante ampliarmos permanentemente esse debate sobre a estética do mercado. Por que fazemos as coisas de uma maneira e não de outra? Por que não nos preocupamos em elaborar programações que “agradem todo mundo”? Devemos fazer o que o povo quer ou o que o povo precisa? Este ano, numa mesa do projeto “Valentina com arte III”, escutei da parte de um músico, coisas do tipo: “eu faço forró de plástico, mas eu faço forró de plástico autoral”. É como se houvesse na sua frase e no brilho dos seus olhos, além de uma justificativa, um pedido de perdão. Estás perdoado, amigo, mas aprofunde mais suas pesquisas musicais que você vai encontrar bem perto de você, pérolas necessárias à lapidação das nossas almas. Senti naquele momento, o valor de uma simples reflexão sobre o fazer cultural da cidade.

Nesses quatro anos estabelecemos um debate sincero com os bairros, através não apenas das palavras, mas de ações concretas que se conjugaram com ações de políticas públicas intersetoriais focadas no interesse público. Esta é uma condição que trazemos à tona para a formulação de um discurso que busca, incessantemente, a democratização dos espaços para as expressões culturais e artísticas da cidade e a devida acessibilidade a esta produção pela própria cidade.

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FONTE: http://lau-siqueira.blogspot.com